quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Fest-Rimbó 2015- Se Programe!

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

EM SANTARÉM NOVO
Dia 18/dezembro - Sexta
08:00 às  12:00- Oficinas com grupos convidados do Festival (Mostra Batuques do Brasil)
Oficina de Lindô e Reisada - com Mestre Zé da Viola e D. Lurdes (Rorainópolis/RR)
Local: Salão do CRAS (antigo Centro Solidariedade) – Inscrições gratuitas.

14:00 às 18:00- Oficinas com grupos convidados do Festival (Mostra Batuques do Brasil)
Oficina de Ritos e Brincadeiras Populares – Com Grupo Flor de Pequi (Pirenópolis/GO)
Local: Salão do CRAS (antigo Centro Solidariedade) – Inscrições gratuitas.

19:30- Momento de Acolhida do 13º FEST RIMBÓ com cantos e folia tradicionais
Local: Barracão do Carimbó de São Benedito

20:30- Roda de Boas Vindas e Abertura do Festival com folias, poesia e carimbó
Interações musicais e poéticas entre mestres e mestras do carimbó, reisada, lindô, côco, entre outros
21:30- Circuito Cine Carimbó – Mostra Audiovisual Itinerante da Campanha do Carimbó
Exibição de Curtas Paraenses: “O Grande Balé de Damiana” (de João Loureiro Jr) e “Sonâmbulos” (de Renata Loureiro), entre outros.
Exibição de curta sobre patrimônio imaterial produzido pelo Grupo Flor de Pequi (GO).
23:00- Encerramento do 1º dia

Dia 19/dezembro – Sábado
07:00- Alvorada do Festival na Casa do Mestre Bernardo e D. Ana
08:00- Recepção Carimbozeira aos grupos e convidados visitantes
Locais: Trapiche Municipal e Pça Justino Montalvão

09:00 às  13:00- Seminário Estadual da Campanha do Carimbó
Tema: “Carimbó Patrimônio Cultural - 10 anos de luta, 1 ano de conquista”
Atividade organizada pela Coordenação da Campanha do Carimbó
Local: Local: Salão do CRAS (antigo Centro Solidariedade)

14:00 às 17:00- Oficinas com grupos convidados do Festival (Mostra Batuques do Brasil)
Oficina de Coco de Roda - Com Mestre Severino (Natal/RN)
Local: Salão do CRAS (antigo Centro Solidariedade) – Inscrições gratuitas.

16:00 às 18:00 -I Mostra de Teatro de Quintal – Espetáculos e performances teatrais nos quintais de moradores de Santarém Novo (Acesso gratuito)
Grupos convidados: Causo e Cia, In Bust Teatro com Bonecos, entre outros.
17:00- Cortejo de Abertura do Festival celebrando 13 anos do Fest Rimbó e 10 anos da Campanha do Carimbó
Concentração na Praça da Matriz as margens do Rio Maracanã, saindo em direção ao espaço do festival no Barracão do Carimbó de São Benedito

18:00- Acolhida com o Grupo Os Quentes da Madrugada – Tradicional (Barracão de S. Benedito)
18:30- Cerimônia de Abertura e Entrega dos Certificados de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro para Mestres, Mestras e Lideranças Carimbozeiras de Santarém Novo e Região do Salgado.
Convidados: Mestras e Mestres de Carimbó, Representantes de Grupos, Iphan, Autoridades Municipais, Coordenação da Campanha do Carimbó.
19:30- Mini-Festival 2015 – Apresentação de Grupos Mirins de Carimbó
       Grupo Mirim da Irmandade de Carimbó de S. Benedito (Santarém Novo)
20:00- Mostra Batuques do Brasil – Ano II
            Reisada de Mestre Zé da Viola (Roraima)
            Coco de Roda Mestre Severino (Rio Grande do Norte)
20:30- Mostra Mestre Celé de Carimbó – Ano XIII
             Apresentação de grupos de carimbó de Santarém Novo e vários municípios
00:30- Festa de Carimbó no Barracão da Irmandade – com Grupos convidados

Dia 20/dezembro – Domingo
07:00- Café da Manhã Carimbozeiro no Barracão da Irmandade
09:00 às 12:00- X Encontro dos Mestres e Mestras do Carimbó -Tema: “Salvaguarda quem faz somos nós”
Convidados: Mestres e Mestras de Carimbó do Pará, Mestres e Mestras de Roraima, Rio Grande do Norte e Goiás.
Local: Barracão de São Benedito
15:00 às 17:00- Roda de Conversas e Batuques Brasileiros – Carimbó, Côco e Cacuriá com Mestre Severino, Mestre Zé da Viola, Flor de Pequi e Grupos de Carimbó
Local: Barracão de São Benedito
16:00- I Mostra de Teatro de Quintal – Espetáculos e performances teatrais nos quintais de moradores de Santarém Novo (Acesso gratuito)
Grupos convidados: Causo e Cia, In Bust Teatro com Bonecos, entre outros.
17:00- Celebração e Cortejo de Despedida do Festival saudando as 13 edições realizadas
Concentração no Mangueiral, Bairro da Liberdade, saindo em direção ao espaço do festival no Barracão do Carimbó de São Benedito
18:30- Apresentação do Cordão Tradicional “Os Pretinhos” (Santarém Novo)
19:15- Mostra Batuques do Brasil – Ano II
             Roda de Brincadeiras e Cantorias com Grupo Flor de Pequi (Goiás)
20:20- Carimbó de São Benedito com o grupo “Os Quentes da Madrugada – Juventude”
21:00-   Mostra Mestre Celé de Carimbó – Ano XIII
Apresentação de grupos de carimbó convidados

01:00- Encerramento do 13º FEST RIMBÓ

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Quem chama a roda de carimbó?- A história do Fest-Rimbó

Mestre Bento guarda os nomes dos personagens mais antigos do carimbó de Santarém Novo

Santarém Novo, fim dos anos 1990. Associações de moradores, sindicatos, centros comunitários e quantas mais organizações da cidade se reuniram em um fórum. A pauta: fazer um grande evento para promover a cultura local. E o que mais representativo do que o carimbó? Quem não é de lá pode não saber, mas o batuque corre na veia dos nativos. Consenso geral, dali saiu a faísca que gerou o “Festival de Carimbó de Santarém Novo”, também conhecido como Fest Rimbó, um dos principais encontros de carimbó do país.

 A ideia original era usar o fervor do carimbó para aquecer a economia do município, atrair turistas e vender bem durante os dias de festa, mas o Fest Rimbó foi muito além.  Virou ponto de encontro e reconhecimento entre mestres de todo o Pará e afora. Uma referência para praticantes e fãs dessa cultura centenária. Todo esse potencial podia se sentir já na primeira edição do evento em 2002.

2002: o início de tudo

“Era uma estrutura bem precária, um palco no meio da rua que parecia um palanque, mas o pessoal parou pra ver”, lembra Isaac Loureiro, um dos organizadores do festival. “Apesar de ter algumas pessoas da Prefeitura no fórum, não tivemos apoio do poder público. A gente fez assim mesmo, na marra”. A estreia do Fest Rimbó não teve ares de mega espetáculo, mas foi um sucesso de público.
Na base do “boca-a-boca”, grupos e artistas de carimbó de todo o Estado aportaram a Santarém Novo. O município está ali no coração, bem na fronteira entre o Salgado e a Região Bragantina. Não à toa foi sede de uma Intendência no século XIX porque ele é um polo de comunicação com toda a Região Nordeste do Pará. As mesmas qualidades que favoreceram a afluência de tantas pessoas do universo do carimbó. “Veio gente de longe, de Marapanim, Salinas, Maracanã e até músicos de Muaná, no Marajó”.  

Concurso de composições: o carimbo vive
Quatro palavras explicam tamanha procura: um concurso de composições. “A ideia de fazer o concurso veio da preocupação em valorizar o carimbó como uma cultura atual, viva em contraponto à visão que o carimbó é uma coisa do passado” conta Isaac. Na época, as rádios AM e FM, só tocavam esse tipo de música na programação da madrugada.  As bandas de baile guardavam os carimbós para o fim do repertório, focando sempre na trinca de “Verequete, Pinduca e Lucindo” e olhe lá.

“Mas será que não tem música nova? Carimbó sendo feito agora?”, era a pergunta que se faziam os organizadores do festival. A resposta eles já sabiam, novos grupos e compositores sempre existiram. O concurso serviu para espalhar a notícia.

Havia uma regra básica: para participar tem que ter música inédita e original. “Isso deu visibilidade para uma geração inteira de compositores que estavam ali invisíveis”, afirma Isaac Loureiro. “Compositores maravilhosos, alguns bem idosos já, que tivemos a honra de ter no palco, e alguns compositores novos, muito bons, que estavam surgindo. Isso foi um diferencial muito importante”.

Nessa primeira fase, o regulamento não fazia divisão entre carimbó tradicional, o “raiz’”, e aquele tocado com instrumentos modernos e elétricos, conhecido como “estilizado”, nem julgava temática. As próximas edições incorporariam esses critérios. O que importava (e ainda importa) era o ineditismo e a qualidade do som.

2003

Sucesso comprovado, o Fest Rimbó foi apoiado pela Prefeitura de Santarém Novo e Governo do Estado, em sua segunda edição. A festa saiu da rua e foi para um ginásio da cidade. Fechando a programação, por meio da Fundação Cultural do Estado, o maior popstar do carimbó: Pinduca. “De um ano pro outro já virou um evento do porte um pouco maior e as pessoas viam que movimentava bem, não só a população da cidade, mas dos municípios vizinhos que vinham e daí ele só foi evoluindo”, diz Isaac.

2004 : Quando o palco não é o bastante

Dois anos depois de surgir o Fest Rimbó, foi criado o Festival de Marapanim, município da Região do Salgado também com uma longa tradição no carimbó. Em Santarém Novo, começava uma reflexão. Muitos grupos foram criados em Santarém Novo e em outros lugares a partir do festival. O problema era que eles só se articulavam para participar do festival, o resto do ano era de inatividade. “O festival se tornou um ponto de agregação e aí nós vimos que o palco não resolvia, porque a gente via que fora do palco, junto com as brincadeiras e a alegria de estar junto, vinham os relatos das dificuldades dos problemas”, relata Isaac.  Era ali, nos bastidores, e não no palco que os mestres abriam como eles estavam se mantendo, como é que o grupo estava se mantendo. A partir do próximo ano, essa dinâmica começaria a mudar.

2005: Nasce a campanha “Carimbó Patrimônio Brasileiro”

“Tem uma parte do público que só quer saber do show, do que tem no palco. Pra nós não é só o palco, tem as rodas de conversa, debates, a interação entre os artistas de carimbó. O palco é só uma parte da história, do que rola. E foi essa a mudança fundamental na história do festival”, considera Isaac. Tudo que ficava no segundo plano foi trazido para frente para fazer parte da programação do evento. Além de ser uma vitrine, o Festival se consolidou como um espaço de formação, encontros e troca de experiências entre os participantes.

No mesmo ano, os mestres, grupos e comunidades de carimbo do Pará presentes no Festival lançaram a campanha “Carimbó Patrimônio Brasileiro” ou apenas “Campanha do Carimbó”, um movimento que reivindica o reconhecimento do carimbó como um patrimônio da cultura nacional e as condições para que seus guardiões perpetuem a essa tradição. Em dez anos, a campanha conseguiria a tão sonhada titulação, que abre a possibilidade de uma série de fomentos para o carimbó.

2015: o evento-movimento


Antes com caráter bem regional, o Festival de Carimbó de Santarém Novo está ganhando uma dimensão mais ampla. Não só o evento, mas o processo todo de articulação do carimbó, porque as pessoas vêm pra dialogar com o carimbó, não só para assistir, dançar, cantar ou tocar. “Não é essa relação, não é um festival nessa linha da produção tradicional formal, é um festival encontro, é um festival movimento, é um evento-movimento. É um evento que promove um movimento cultural de discussão, reflexão, articulação, trocas, gera alianças e consolida parcerias”, afirma Isaac Loureiro.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Os mestres do artesanato do curimbó


Já é noite alta, a festa está quente. No barracão da Irmandade de São Benedito, em Santarém Novo, os casais dançam sem parar, tradicionalmente vestidos com seus paletós e suas saias coloridas. Você, visitante, está empolgado e suado, rodando ao ritmo do carimbó. Mas pare um instante! Olhe para o conjunto que toca, repare bem. Você já notou os detalhes dos instrumentos dos quais os mestres tiram o som? O curimbó, por exemplo, o tambor grande também chamado de carimbó e que intitula o ritmo, é todo esculpido e pintado à mão. Já imaginou o trabalho que dá?
O Festival de Carimbó de Santarém Novo é um espaço que, além de abrigar folia e devoção, oferece também oportunidades de contato com os saberes dos mestres artesãos do carimbó. Como parte da programação do festival, o mestre Sabá, um dos mais importantes do município, ministrará uma oficina, no dia 12 de dezembro, no Sesc Boulevard, em Belém, sobre as técnicas que utiliza na confecção dos instrumentos. Segundo o próprio mestre, que já trabalhou com oficinas também na Fundação Curro Velho, o trabalho deve ser desenvolvido com insistência. “O segredo é ir fazendo, ir descobrindo as técnicas, ir pegando a prática. Eu não aprendi ‘de pai pra filho’. Ninguém me ensinou”, ele conta. A oficina também ser ofertada em Santarém Novo, voltada para aprendizes da comunidade, principalmente aos grupos mirins, na semana que antecede o festival.
Mestre Sabá, que também confecciona esculturas de caranguejos, araras e tatus, utilizando o formão sobre a madeira, lembra que iniciou no ofício a partir de um sonho. Após uma noite em que se via fabricando as peças, decidiu que se tornaria alguém capaz de materializar suas visões. “Fui para o mangue, cortei o tronco da siriúba, limpei ela, e fui fazendo. Eu já tava com uma boa idade. Depois isso, deu o meu sustento para pagar água, pagar luz, ajudar no sustento dos meus filhos”. 
Foi durante o Fest Rimbó que ele iniciou a prática de repassar seus conhecimentos aos mais jovens. Começou então a ter gosto de sempre manter sua oficina aberta às pessoas de olhar atento que, além de dançarem no barracão, se interessam pelos pormenores do artesanato. Para contribuir com o financiamento do Festival e ajudar para que oficinas como essa sejam ofertadas, basta que você acesse o site Kikant
(http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-0) e participe da vaquinha virtual. Mestre Sabá conta você.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Como nasce uma cidade

Conheça os caminhos dessa história

Há muitos caminhos para que uma cidade torne-se o que é. A você, viajante, que já está preparado para encarar os três dias de música e dança do 13º Festival de Carimbó de Santarém Novo, chegou a hora de entender um pouco dos trajetos da história de Santarém Novo. Antes que você pergunte, nós já lhe adiantamos. Não, ela não foi fundada em referência à Santarém localizada às margens do rio Tapajós. E nem é tão nova quanto indicam certos documentos.

O rio que alimenta a cidade de peixes como dourada e piramutaba é o Maracanã. Foi através dele que, no ano de 1653, período da chegada do padre Antônio Vieira ao então governo-geral do Maranhão e Grão-Pará, foi instalada uma missão religiosa (lê-se: ação de dominação europeia) no local onde encontrava-se a etnia dos Maracanã. Ali, também viria a ser fundado o município de mesmo nome.

O povoamento, segundo historiadores, expandiu-se rapidamente. No ano de 1700, já havia ganhado o status de freguesia, que podemos entender hoje como um grau semelhante ao de município, com certa importância política e econômica. Então, em 1758, paralelo à expulsão dos jesuítas no Brasil, liderada pelo Marquês de Pombal, é erigida a vila de Cintra, que incluía o que hoje se conhece como os municípios de Maracanã, Marapanim, Salinópolis, Santarém Novo e uma parte de Igarapé-açu.

A então vila de Santarém Novo, no dia 12 de agosto de 1890, é elevado à categoria de município, sendo sede de uma vasta intendência. No entanto, com o surgimento de uma nova dinâmica social, provocada pelo advento da estrada de ferro, em 1906 é extinto e seu território anexado à Maracanã. Foi somente no dia 29 de dezembro de 1961, através da Lei nº 2.460, quando Aurélio do Carmo era governador do Pará, que Santarém Novo foi, finalmente, reconduzido à categoria de município. Viu só? Considerando a data de 1890, já são 125 anos como município!

Como chegar

De Belém a Santarém Novo são apenas 180 km, saindo pela rodovia BR-316 até o trevo da Vila Nova (passando pelo município de Santa Maria do Pará) e seguindo pela rodovia de Salinópolis (PA-324) até o trevo da entrada do município, na Vila de Pau-Amarelo (PA-124).

Você já sabe, mas não custa nada lembrar. Para contribuir com o financiamento coletivo do 13º Fest Rimbó, basta participar da vaquinha online no site Kikant ( http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Quer escutar uma história?

Dona Lôla Loureiro mantêm viva a memória da Cultura Popular!

A voz pode estar cansada e as pernas exaustas para grandes caminhadas. O brilho nos olhos, no entanto, nos revela em poucos segundos que estamos diante de uma autêntica guardiã da memória coletiva de Santarém Novo. Dona Lôla Loureiro, 86 anos, é uma das mais antigas mestras da cultura popular do município. Suas lembranças e histórias saem de sua boca com a marca de quem, de fato, viveu de perto, durante muitos anos, as festas e folguedos do lugar. O 13º Festival de Carimbó de Santarém Novo, fruto direto dessa trajetória, pede licença respeitosamente a ela antes de começar.

“Desde criança que eu gostava de brincar. Quando era mocinha, saía no Pássaro Ararajuba, na vila de Santo Antônio”, recorda. Dona Lôla se refere ao cordão de pássaro, um tipo de teatro popular tipicamente amazônico, no qual personagens como a “Guardiã do Pássaro”, a “Fada” e o “Caçador” protagonizam os espetáculos. Sem esquecer dos “Matutos”, que arrancavam risadas dos espectadores. Mas os anos de brincantes, segundo ela, duraram apenas até se casar com seu Temístocles, mais conhecido como Seu Bitoca, que dá nome à Biblioteca Municipal da cidade. Em Santarém Novo, um dos pássaros encenados por dona Lôla e seu Bitoca, era a “Ave do Paraíso”.

O marido era ensaiador de brincadeiras como o Cordão de Pássaros e os Pretinhos, manifestação que consiste em cantos e danças de meninos vestidos de homem e mulher, e que estará na programação do festival. Dona Lourdes passou então a trabalhar com os figurinos dos atores. “Eu desenhava os modelos e entregava para as famílias costurarem para os seus filhos. Todos faziam a sua parte. Hoje as pessoas só querem se tiver algum apoio e as meninas têm vergonha”, constata. Mas nada de lamentações, né, Dona Lourdes? “Eu tinha era muita vontade de fazer ainda, só que não posso mais. Quem continua agora são os meus netos”.

O baú de histórias é imenso e a simpatia, também. Em um final de tarde, após tomar um tacacá na banca de Dona Irene, procure saber onde fica a casa de Dona Lôla. Peça a sua benção, sente-se ao lado de sua cadeira de balanço. Em poucos minutos, você descobrirá a razão de Santarém Novo ser uma cidade que merece ser visitada.


E não esqueça. Para contribuir com o Festival de Carimbó de Santarém Novo é só participar do financiamento coletivo no site Kikant ( http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-0). A cultura popular paraense agradece.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Um baile de acolhida

Dona Miruca e Seu Martins Bernardo abrem a pousada para os visitantes! 

Geovane Máximo, estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará (UFPA), foi a Santarém Novo pela primeira vez durante Festival de Carimbó do no ano passado. Ele participava da organização de um evento de bandas de rock na cidade. Após alguns dias,  e algumas idas ao barracão da Irmandade de São Benedito, porém, o ritmo do carimbó já havia feito a sua cabeça e a de seus companheiros. Resultado: cinco dias se passaram e, mesmo com a grana curta, ele foi recebido e acolhido pelos moradores como um familiar ou um amigo de muitos anos.

Assim é a povo de Santarém Novo. Durante a programação do 13º Fest Rimbó, novamente o município receberá, com muita disposição, todos aqueles que vêm de suas cidades conhecer a cultura do Carimbó. Lugar pra ficar é o que não vai faltar. A “Pousada Martins”, por exemplo, administrada por dona Miruca e seu Martins Bernardo, dispõe de nove quartos que podem ser reservados pela internet. “Tudo começou há mais ou menos vinte anos. A gente tinha alguns quartos vagos e vimos que podíamos alugar para as pessoas de fora que vinham trabalhar”, lembra Seu Martins. A casa também oferece café da manhã aos hóspedes.

Um diferencial de hospedar-se em Santarém Novo é o fato de todas as pessoas estarem envolvidas, direta ou indiretamente, com a Festividade do Carimbó. Dona Miruca conta que foi uma exímia dançarina do ritmo e que, hoje, os seus netos, como o Pedro Afonso, de cinco anos, fazem questão de participar da festa. “Ele sempre dança com as meninas e me cobra: ‘Vovó, cadê meu paletó?”. Para quem não sabe, segundo a tradição da cidade, os homens devem dançar sempre de paletó e sapato social; e as mulheres, saia longa e blusa abaixo do ombro.

Para fazer as refeições diárias, o viajante pode recorrer às casas de cozinheiras conhecidas, como a dona Teodorina, líder do grupo de carimbó mirim “Nova Geração”, ou ao cardápio de restaurantes como o “Encontro dos amigos”, onde os pratos são preparados especialmente para o recebimento de turistas. Outro lugar que vale lembrar é o bar em frente à casa do mestre Ticó, cantor e compositor do grupo “Os Quentes da Madrugada”. Lá, além de beber cerveja gelada e “gengibirra”, os grupos se encontram para rever os amigos e continuar o batuque.

Este ano, a organização prepara uma estrutura de camping, onde você vai poder armar sua barraca, tomar banho e descansar depois de altas nas madrugadas do festival do Santarém Novo.

Aos mochileiros experimentados, a organização prepara ainda a disponibilização de escolas para alojamento. Então, arrume sua mala e venha sem medo. E não esqueça de contribuir com o financiamento coletivo no site Kikant ( http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-0). Os mestres contam com você.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

O paladar do festeiro: as comidas tradicionais de Santarém Novo

Já provaste o doce de jambo? Vem pra Santarém Novo conhecer!
Após pegar algumas horas de viagem entre Belém e Santarém Novo, é natural que o viajante que vem para participar do 13º Festival de Carimbó de Santarém Novo sinta aquele vazio típico no centro do corpo. É, com isso não dá pra brincar: fome é fogo! Mas não se desespere. Há muito para conhecer, comidas e bebidas, na cidade onde o Carimbó não morreu. E, é claro, junto com as receitas, conheça um mundo rico de detalhes que tornam a cultura paraense um capítulo à parte na história do Brasil.
Nem é preciso andar muito. Logo ali, ao lado da grande escultura de caranguejo, em frente ao prédio da prefeitura, está armada a banca de uma das mais famosas tacacazeiras da cidade, a Dona Irene. “Meu filho, quando é dezembro, isso aqui fica cheio. Aí sim a venda arrebenta, mas eu não aumento o preço não. Continua sendo cinco reais”, nos conta. No cardápio, além do tradicional tacacá, com molho de pimenta fresca e “queimosa”, estão as deliciosas coxinhas de frango e as patolas de caranguejo. Mas não só isso.
Dona Irene nos revela uma novidade para os visitantes. “Tu nunca viste o tacacá de caranguejo? Ah, é muito bom. Agora eu não tenho, o caranguejo ainda tá muito magro”, explica. A receita é simples: a carne do animal é retirada junto com a gordura, refogada com temperos como cheiro verde, e servida em uma cuia. “É uma comida típica do caboclo”, acrescenta Isaac Loureiro, presidente da Irmandade de São Benedito e nosso anfitrião.
Durante o festival, as cozinheiras capricham na utilização de ingredientes amazônicos, como jambu, tucupi e caranguejo, além da dourada e da piramutaba. Para agradar também ao gosto dos viajantes vegetarianos, dona Ana Lopes, do restaurante “Encontro dos Amigos”, prepara quitutes como o empadão de legumes. “Eu vi que alguns não comiam carne, né? Então criei logo essa receita”, narra. É também dona Ana a criadora do doce de jambo, aquela fruta roseada, muito presente nos municípios do Pará. “O jambo fazia lama aqui. O que faço é botar o açúcar no fogo, fazer aquela calda parecida com a do pudim e botar os pedaços da fruta”, nos explica, enquanto as bocas se enchem d'água.
Há também a famosa “gengibirra”, bebida de alto teor alcoólico que “abastece” de energia os festeiros durante os três dias de festival. Segundo dona Teodorina Loureiro, não tem mistério. Basta cortar os pedaços de gengibre, misturar com cachaça (“muita cachaça!”), pôr açúcar e bater no liquidificador. Depois, é deixar “descansando” e bater de novo e de novo  - quantas vezes achar necessário.

Deu vontade de experimentar. A gente sabe. Então é só arrumar as malas e planejar a viagem. A cidade estará de portas e panelas abertas. Ah, e não esquece de participar do financiamento coletivo no site Kikant ( http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-0). A gente se encontra na estátua do caranguejo!

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Mostra Mestre Celé 2015- Saiba a história


Mestre Ticó é um mestre de hoje, seguindo a linha de Mestre Celé
Antes do tratamento de Mestre, ele era o “Seu” Celé. O respeito e o reconhecimento, esses sempre foram os mesmos. Guardião da memória e da tradição do carimbó e um dos maiores tocadores que Santarém Novo já viu, Mestre Celé é referência. Há alguns anos, era só chegar à cidade e perguntar sobre carimbó que era indicado o caminho da casa do senhor, sabedor de todos os ritos e ritmos que envolvem essa cultura.


Hoje, entre os grandes mestres nas estrelas, Mestre Celé empresta o nome à nossa Mostra de Carimbó. É ter a chancela do passado recebendo o presente com bons votos de continuidade. Quem quer participar, sabe a regra nº 1 da casa: tem que apresentar música inédita e autoral. Desde 2002, a Mostra deu visibilidade para gerações inteiras de compositores contemporâneos de carimbó, de gente nova que estreou na mostra até mestres já na idade de “Seu” Celé, o mestre eterno.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O Fest Rimbó abre espaço para as crias do Carimbó


O grupo "Nova Geração" trabalha o ritmo para a grande estreia!

Quando se fala em Carimbó, a palavra que mais se escuta é tradição. É comum a preocupação em conhecer a origem das festas e rituais, compreender todos os pormenores sobre o modo como os antigos conduziam o ritmo e entoavam as canções. A sobrevivência da cultura, no entanto, não seria possível sem o olhar e a força de vontade daqueles que empenham-se em repassar aos mais novos a riqueza dos saberes dos mestres. É por isso que o Festival de Carimbó de Santarém Novo possui dentro de sua programação o Mini Festival de Carimbó, realizado desde a 4ª edição em 2005 e que traz para o centro do barracão grupos mirim criados em Santarém Novo e em outros municípios carimbozeiros.

As coisas às vezes começam por acaso. Mestre João Bernardo de Souza, por exemplo, antigo tocador de Carimbó de Santarém Novo, criou o grupo "Trinca-ferro mirim”, motivado pelo medo de que seus netos e amigos se "perdessem na vida". “Os meninos brincavam de bater Carimbó em uma pracinha aqui todo final de semana. Eu até dei uns instrumentos pra eles", recorda. "Um dia eu notei que uns bêbados já se chegavam com latinhas pra perto. Aí eu pensei que daqui a pouco eles podiam se viciar. Mestre Bernardo, então, decidiu criar o conjunto, fundado em 2005. Na estrada, apresentações em vários municípios do Estado, que só se encerraram porque os meninos cresceram.

Outro nome muito importante nessa história foi o "Curumins da Madrugada", primeiro grupo mirim de carimbó criado em Santarém Novo em meados de 2003, justamente como resultado positivo do Fest Rimbó junto às crianças da cidade, que despertaram seu interesse assistindo os grupos e mestres que vinham se apresentar no evento. Hoje o grupo está inativo, mas deixou uma influência e exemplo que são inspiração para os novos grupos surgidos.

Para que o sopro de inspiração para as crianças não fosse extinto, dona Teodorina Loureiro resolveu criar um novo grupo, vinculado à Irmandade de São Benedito. “A gente tem que começar desde cedo pra eles não ficarem com isso de vergonha depois. Vergonha de dançar”, explica. O trabalho é feito com rigor e seriedade. Todas as noites o conjunto ensaia na casa de dona Téo, como é conhecida. Mestre Dico Boi, o membro mais antigo do grupo oficial da Irmandade, o “Quentes da Madrugada”, também faz parte da turma de professores. “É um prazer tão grande pra mim, eu agradeço à dona Téo que me convidou pra dar uma força. Estou aqui de coração, de braços abertos pra fazer tudo que eu puder”, comemora.


No dia 18 de dezembro, a abertura do Fest Rimbó ocorrerá com a estreia desse novo grupo-mirim, além de grupos convidados vindos dos municípios de Marapanim, Curuçá e Maracanã. Para que tudo ocorra nos trinques, contribua com o financiamento coletivo do Festival no site Kikant ( http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-0). Ou você vai perder o grande início de uma nova história?

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Os poetas do Carimbó: a natureza da composição

Mestre Bento Pimentel, da Vila de Bacuriteua, um poeta do carimbó.


“Uns falam isso, outros falam aquilo. A verdade é que o carimbó é uma força da natureza. É a fauna e a flora juntas. Por isso que a pessoa que escuta sente vontade de ter contato com a terra, de dançar descalça”. Quem nos explica é o Mestre Bento Pimentel, morador da Vila de Bacuriteua, que fica próxima à Santarém Novo. A natureza é a grande inspiradora de suas criações. Durante o Festirimbó, compositores de diferentes estilos e gerações se unem para espalhar seus versos carregados da cultura ribeirinha da Amazônia aos ouvidos dos visitantes.

Antônio Máximo, mais conhecido como Toninho, faz parte de um grupo de jovens músicos chamado “Herdeiros da Tradição”, o único do município a ser premiado durante o festival. Ele nos conta que seu ofício de compositor nasceu inspirado pelo próprio Festival, mas, inicialmente, ainda estava muito ligado a outros ritmos como o rock´n roll. Hoje, após 12 anos de trabalho e 20 composições originais, o nome do grupo ganha mais sentido. “Atualmente tocamos o carimbó de raiz, de pau e corda. E não nos consideramos “artistas” não, isso é coisa pra quem tem apoio. Nós somos tocadores de carimbó”, afirma.

São muitos os temas das letras cantadas no barracão da Irmandade de São Benedito. O Mestre João Cabeção, da Vila do Pacujá, destaca duas personagens míticas como grandes motivadoras de canções: a Sereia e a Princesa. “É difícil você encontrar um grupo que não tenha uma música sobre elas”, nos explica ele após cantar um carimbó “de Sereia”. “Rapaz, a gente não vê, mas a gente inventa e faz o negócio. Acho que ninguém ainda não viu. Mas eu acredito que tenha, né? Porque os velhos, meu pai, contavam essas histórias de sereia”, relembra.

Segundo o Mestre, para fazer um carimbó, é preciso estar em silêncio, quieto. “Ah, isso custa um pouco, né? Não é numa hora que o cara faz pra criar uma música”. Deve ser assim, no sossego de um roçado ou à beira do forno de farinha, que a força da natureza vem soprar aos ouvidos dos poetas suas novas cantigas. Quer vir conhecer de perto as melodias e seus mistérios? É só ir à Santarém Novo nos dias 18, 19 e 20 de dezembro. Quem sabe as entidades dos rios e das matas também não lhe contam segredos?
Não esqueça. Para contribuir com o Festirimbó é só participar do financiamento coletivo no site Kikant (http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-0). A cidade lhe aguarda.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Crowdfunding, que bicho é esse?

Venha se juntar à festa e contribua com o financiamento do Festival!

“Carimbó” e “crowdfunding” (também conhecida como “vaquinha virtual”) são palavras de raízes muito distantes, mas que combinadas podem dar super certo. Se a gente for aperceber, as duas estão ali coladinhas, em conceito e objetivo. Colaboração. Movimento popular. Solidariedade. Onde já se viu falar em roda no barracão sem gente? Carimbó de um homem só? Batuque é feito na coletividade, o “frevo” do povo que constrói a festa. O XIII Fest-Rimbó chama você pra entrar roda e, além de dançar, bater palma, tambor, e cantar, também contribuir na Campanha de Financiamento Coletivo do festival. Espia como é fácil:

1º passo – Entre na nossa página no Kickante


Esse é o nosso endereço na internet para arrecadar uma grana e deixar o nosso festival mais bonito. O nosso “chapéu” virtual que a gente passa entre o público para construir o Fest-rimbó junto com a gente. O primeiro passo é só clicar aí no link.

2º passo – Escolha o quanto quer contribuir e faça sua doação

Depois é só decidir o valor que você quer doar pra gente. O Kickante aceita qualquer quantia acima de 10 reais e várias formas de pagamento. Pode ser com seu cartão de crédito, débito em conta corrente, PayPal e caso esteja com a grana apertada a contribuição pode ser parcelada em até 6 vezes (para valores acima de 50 reais).

3º passo – Divulgue a campanha por aí
Agora que já fez sua doação (e mesmo se não puder doar grana alguma), ajude a gente a movimentar o nosso projeto de financiamento coletivo compartilhando a campanha com seus amigos e conhecidos, no Facebook, Twitter, Whatsapp e na conversa cara a cara. Aqui, quem faz o sucesso da campanha é você!

4º passo – Mexe a cintura pra trás, pra frente um passinho só. Agora dê uma rodadinha e dance assim o carimbó! (Vem com a gente pro XIII Fest-Rimbó)
Pronto! Coloca a saia rodada na mala e vem pro XIII Festival de Carimbó de Santarém Novo nos dias 18, 19 e 20 de dezembro. Esperamos por vocês!

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Conheça o município de Santarém Novo e a Festa de São Benedito

A praça principal de Santarém Novo e suas cores à beira do Rio Maracanã

“Olha, me desculpem, mas Santarém Novo é o lugar número um do carimbó”. Dona Miruca, proprietária da “Pousada Martins”, uma das três da cidade, não sorri quando diz a frase. Seu tom de voz é agudo e direto. A seriedade vem de quem nasceu e cresceu ao som dos curimbós e “reques”, e sempre esteve envolvida com o batuque. Em Santarém Novo, carimbó é coisa muito séria. Além de movimentar economicamente a cidade no mês de dezembro, o ritmo está ligado a uma fé centenária: a devoção a São Benedito.

O "Festival de Carimbó de Santarém Novo" deste ano ocorrerá nos dias 18, 19 e 20 de dezembro. Após seu término, a programação continuará com a centenária Festividade de Carimbó de São Benedito, em homenagem ao Santo Preto, que inicia no dia 20 e vai até o dia 31 de dezembro. “Aqui, quase ninguém faz festa de fim de ano porque as pessoas não vão. Está todo mundo no barracão do carimbó”, explica Isaac Loureiro, ativista cultural, pesquisador e presidente da Irmandade do Carimbó de São Benedito.

Segundo ele, a festa tradicional obedece a vários rituais. Tudo se inicia com a Alvorada, que é o momento em que, a partir das cinco da manhã, os tocadores se dirigem à casa do festeiro ou festeira para acordá-lo e receber as ofertas que consistem em comidas: carne de porco, peixe e bebidas como a tradicional “gengibirra”. O festeiro é o membro da irmandade sorteado para homenagear São Benedito com a festa, que na maioria das vezes consiste também no pagamento de uma promessa. À noite, o batuque segue para o barracão e vai até às quatro da manhã.

Dona Teodorina Loureiro, cozinheira e vendedora de produtos variados, lembra bem quando seu neto Pedro nasceu prematuramente, com alguns problemas de saúde. “Minha filha se agarrou com São Benedito e disse que o menino era afilhado dele. Hoje meu neto está aí, forte, com dois anos, e toca todos os instrumentos do carimbó. Eu quero que tu vejas”, conta.

Pra conhecer mais da cultura do município e das histórias dos seus habitantes, pegue um ônibus ou uma van, ou mesmo aquela carona esperta, e venha ver de perto a programação do 13º Festirimbó. Traga muita animação e energia para aguentar o batuque, viu? O povo ali gosta de uma festa. E que São Benedito lhe abençoe.

Não esqueça de contribuir com o financiamento coletivo do Festival no site Kikant. ( http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-0)

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Festival de Carimbó de Santarém Novo chega à sua 13ª edição


O Grupo Os Quentes da Madrugada, de Santarém Novo, aguarda sua presença e colaboração

O ano de 2002 é um ano marcante. Não é preciso forçar tanto a mente para que lembranças venham à tona e nos transportem no tempo. No Oriente Médio, começava a invasão americana ao Afeganistão. No Japão, a Seleção Brasileira conquistava o quinto título da Copa do Mundo de Futebol!
Já em Santarém Novo, município do nordeste paraense localizado às margens do rio Maracanã, um novo ciclo histórico era iniciado, no qual os tambores dos mestres populares e a luta pela defesa da cultura do carimbó, finalmente, assumiriam as rédeas de sua própria trajetória. Nascia o Festival de Carimbó de Santarém Novo, conhecido como "Fest Rimbó", um território de festas e instrumento de reivindicação social.
O festival foi criado a partir de um fórum de entidades comunitárias do município, que discutiam estratégias para o desenvolvimento local. O carimbó foi um viés pelo qual podia se promover o desenvolvimento econômico e social e, ao mesmo tempo, cultural.
Em 2015, o festival chega à sua 13ª edição. Durante os dias 18, 19 e 20 de dezembro serão reafirmados seus compromissos com a promoção dos profissionais da cidade, sejam eles músicos, artesãos, compositores, costureiras e cozinheiras, e seguirá fomentando o debate político sobre ações de salvaguarda dos saberes da cultura popular. Foi durante o festival, no ano de 2005, que nasceu a Campanha do Carimbó, movimento cultural e político protagonizado por mestres, grupos e comunidades do Pará, responsável pela luta para registrar o carimbó como patrimônio cultural imaterial do Brasil, objetivo conquistado e celebrado no dia 11 de setembro de 2014. Naquele ano, a diversão se unia à discussão.
A edição deste ano traz novidades. Para que a programação do evento ocorra tranquilamente, a organização do evento, que é feita pela Irmandade de Carimbó de São Benedito, convoca a todos a não ser apenas visitantes e tornarem-se também parceiros. Como fazer isso? Ora, é só participar da vaquinha virtual no site Kikant (http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-0). Por meio do financiamento coletivo, você contribuirá para que o ciclo iniciado em 2002 ainda não vire apenas história. E, sim, siga escrevendo novos começos.