segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Um baile de acolhida

Dona Miruca e Seu Martins Bernardo abrem a pousada para os visitantes! 

Geovane Máximo, estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará (UFPA), foi a Santarém Novo pela primeira vez durante Festival de Carimbó do no ano passado. Ele participava da organização de um evento de bandas de rock na cidade. Após alguns dias,  e algumas idas ao barracão da Irmandade de São Benedito, porém, o ritmo do carimbó já havia feito a sua cabeça e a de seus companheiros. Resultado: cinco dias se passaram e, mesmo com a grana curta, ele foi recebido e acolhido pelos moradores como um familiar ou um amigo de muitos anos.

Assim é a povo de Santarém Novo. Durante a programação do 13º Fest Rimbó, novamente o município receberá, com muita disposição, todos aqueles que vêm de suas cidades conhecer a cultura do Carimbó. Lugar pra ficar é o que não vai faltar. A “Pousada Martins”, por exemplo, administrada por dona Miruca e seu Martins Bernardo, dispõe de nove quartos que podem ser reservados pela internet. “Tudo começou há mais ou menos vinte anos. A gente tinha alguns quartos vagos e vimos que podíamos alugar para as pessoas de fora que vinham trabalhar”, lembra Seu Martins. A casa também oferece café da manhã aos hóspedes.

Um diferencial de hospedar-se em Santarém Novo é o fato de todas as pessoas estarem envolvidas, direta ou indiretamente, com a Festividade do Carimbó. Dona Miruca conta que foi uma exímia dançarina do ritmo e que, hoje, os seus netos, como o Pedro Afonso, de cinco anos, fazem questão de participar da festa. “Ele sempre dança com as meninas e me cobra: ‘Vovó, cadê meu paletó?”. Para quem não sabe, segundo a tradição da cidade, os homens devem dançar sempre de paletó e sapato social; e as mulheres, saia longa e blusa abaixo do ombro.

Para fazer as refeições diárias, o viajante pode recorrer às casas de cozinheiras conhecidas, como a dona Teodorina, líder do grupo de carimbó mirim “Nova Geração”, ou ao cardápio de restaurantes como o “Encontro dos amigos”, onde os pratos são preparados especialmente para o recebimento de turistas. Outro lugar que vale lembrar é o bar em frente à casa do mestre Ticó, cantor e compositor do grupo “Os Quentes da Madrugada”. Lá, além de beber cerveja gelada e “gengibirra”, os grupos se encontram para rever os amigos e continuar o batuque.

Este ano, a organização prepara uma estrutura de camping, onde você vai poder armar sua barraca, tomar banho e descansar depois de altas nas madrugadas do festival do Santarém Novo.

Aos mochileiros experimentados, a organização prepara ainda a disponibilização de escolas para alojamento. Então, arrume sua mala e venha sem medo. E não esqueça de contribuir com o financiamento coletivo no site Kikant ( http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-0). Os mestres contam com você.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

O paladar do festeiro: as comidas tradicionais de Santarém Novo

Já provaste o doce de jambo? Vem pra Santarém Novo conhecer!
Após pegar algumas horas de viagem entre Belém e Santarém Novo, é natural que o viajante que vem para participar do 13º Festival de Carimbó de Santarém Novo sinta aquele vazio típico no centro do corpo. É, com isso não dá pra brincar: fome é fogo! Mas não se desespere. Há muito para conhecer, comidas e bebidas, na cidade onde o Carimbó não morreu. E, é claro, junto com as receitas, conheça um mundo rico de detalhes que tornam a cultura paraense um capítulo à parte na história do Brasil.
Nem é preciso andar muito. Logo ali, ao lado da grande escultura de caranguejo, em frente ao prédio da prefeitura, está armada a banca de uma das mais famosas tacacazeiras da cidade, a Dona Irene. “Meu filho, quando é dezembro, isso aqui fica cheio. Aí sim a venda arrebenta, mas eu não aumento o preço não. Continua sendo cinco reais”, nos conta. No cardápio, além do tradicional tacacá, com molho de pimenta fresca e “queimosa”, estão as deliciosas coxinhas de frango e as patolas de caranguejo. Mas não só isso.
Dona Irene nos revela uma novidade para os visitantes. “Tu nunca viste o tacacá de caranguejo? Ah, é muito bom. Agora eu não tenho, o caranguejo ainda tá muito magro”, explica. A receita é simples: a carne do animal é retirada junto com a gordura, refogada com temperos como cheiro verde, e servida em uma cuia. “É uma comida típica do caboclo”, acrescenta Isaac Loureiro, presidente da Irmandade de São Benedito e nosso anfitrião.
Durante o festival, as cozinheiras capricham na utilização de ingredientes amazônicos, como jambu, tucupi e caranguejo, além da dourada e da piramutaba. Para agradar também ao gosto dos viajantes vegetarianos, dona Ana Lopes, do restaurante “Encontro dos Amigos”, prepara quitutes como o empadão de legumes. “Eu vi que alguns não comiam carne, né? Então criei logo essa receita”, narra. É também dona Ana a criadora do doce de jambo, aquela fruta roseada, muito presente nos municípios do Pará. “O jambo fazia lama aqui. O que faço é botar o açúcar no fogo, fazer aquela calda parecida com a do pudim e botar os pedaços da fruta”, nos explica, enquanto as bocas se enchem d'água.
Há também a famosa “gengibirra”, bebida de alto teor alcoólico que “abastece” de energia os festeiros durante os três dias de festival. Segundo dona Teodorina Loureiro, não tem mistério. Basta cortar os pedaços de gengibre, misturar com cachaça (“muita cachaça!”), pôr açúcar e bater no liquidificador. Depois, é deixar “descansando” e bater de novo e de novo  - quantas vezes achar necessário.

Deu vontade de experimentar. A gente sabe. Então é só arrumar as malas e planejar a viagem. A cidade estará de portas e panelas abertas. Ah, e não esquece de participar do financiamento coletivo no site Kikant ( http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-0). A gente se encontra na estátua do caranguejo!

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Mostra Mestre Celé 2015- Saiba a história


Mestre Ticó é um mestre de hoje, seguindo a linha de Mestre Celé
Antes do tratamento de Mestre, ele era o “Seu” Celé. O respeito e o reconhecimento, esses sempre foram os mesmos. Guardião da memória e da tradição do carimbó e um dos maiores tocadores que Santarém Novo já viu, Mestre Celé é referência. Há alguns anos, era só chegar à cidade e perguntar sobre carimbó que era indicado o caminho da casa do senhor, sabedor de todos os ritos e ritmos que envolvem essa cultura.


Hoje, entre os grandes mestres nas estrelas, Mestre Celé empresta o nome à nossa Mostra de Carimbó. É ter a chancela do passado recebendo o presente com bons votos de continuidade. Quem quer participar, sabe a regra nº 1 da casa: tem que apresentar música inédita e autoral. Desde 2002, a Mostra deu visibilidade para gerações inteiras de compositores contemporâneos de carimbó, de gente nova que estreou na mostra até mestres já na idade de “Seu” Celé, o mestre eterno.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O Fest Rimbó abre espaço para as crias do Carimbó


O grupo "Nova Geração" trabalha o ritmo para a grande estreia!

Quando se fala em Carimbó, a palavra que mais se escuta é tradição. É comum a preocupação em conhecer a origem das festas e rituais, compreender todos os pormenores sobre o modo como os antigos conduziam o ritmo e entoavam as canções. A sobrevivência da cultura, no entanto, não seria possível sem o olhar e a força de vontade daqueles que empenham-se em repassar aos mais novos a riqueza dos saberes dos mestres. É por isso que o Festival de Carimbó de Santarém Novo possui dentro de sua programação o Mini Festival de Carimbó, realizado desde a 4ª edição em 2005 e que traz para o centro do barracão grupos mirim criados em Santarém Novo e em outros municípios carimbozeiros.

As coisas às vezes começam por acaso. Mestre João Bernardo de Souza, por exemplo, antigo tocador de Carimbó de Santarém Novo, criou o grupo "Trinca-ferro mirim”, motivado pelo medo de que seus netos e amigos se "perdessem na vida". “Os meninos brincavam de bater Carimbó em uma pracinha aqui todo final de semana. Eu até dei uns instrumentos pra eles", recorda. "Um dia eu notei que uns bêbados já se chegavam com latinhas pra perto. Aí eu pensei que daqui a pouco eles podiam se viciar. Mestre Bernardo, então, decidiu criar o conjunto, fundado em 2005. Na estrada, apresentações em vários municípios do Estado, que só se encerraram porque os meninos cresceram.

Outro nome muito importante nessa história foi o "Curumins da Madrugada", primeiro grupo mirim de carimbó criado em Santarém Novo em meados de 2003, justamente como resultado positivo do Fest Rimbó junto às crianças da cidade, que despertaram seu interesse assistindo os grupos e mestres que vinham se apresentar no evento. Hoje o grupo está inativo, mas deixou uma influência e exemplo que são inspiração para os novos grupos surgidos.

Para que o sopro de inspiração para as crianças não fosse extinto, dona Teodorina Loureiro resolveu criar um novo grupo, vinculado à Irmandade de São Benedito. “A gente tem que começar desde cedo pra eles não ficarem com isso de vergonha depois. Vergonha de dançar”, explica. O trabalho é feito com rigor e seriedade. Todas as noites o conjunto ensaia na casa de dona Téo, como é conhecida. Mestre Dico Boi, o membro mais antigo do grupo oficial da Irmandade, o “Quentes da Madrugada”, também faz parte da turma de professores. “É um prazer tão grande pra mim, eu agradeço à dona Téo que me convidou pra dar uma força. Estou aqui de coração, de braços abertos pra fazer tudo que eu puder”, comemora.


No dia 18 de dezembro, a abertura do Fest Rimbó ocorrerá com a estreia desse novo grupo-mirim, além de grupos convidados vindos dos municípios de Marapanim, Curuçá e Maracanã. Para que tudo ocorra nos trinques, contribua com o financiamento coletivo do Festival no site Kikant ( http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-0). Ou você vai perder o grande início de uma nova história?

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Os poetas do Carimbó: a natureza da composição

Mestre Bento Pimentel, da Vila de Bacuriteua, um poeta do carimbó.


“Uns falam isso, outros falam aquilo. A verdade é que o carimbó é uma força da natureza. É a fauna e a flora juntas. Por isso que a pessoa que escuta sente vontade de ter contato com a terra, de dançar descalça”. Quem nos explica é o Mestre Bento Pimentel, morador da Vila de Bacuriteua, que fica próxima à Santarém Novo. A natureza é a grande inspiradora de suas criações. Durante o Festirimbó, compositores de diferentes estilos e gerações se unem para espalhar seus versos carregados da cultura ribeirinha da Amazônia aos ouvidos dos visitantes.

Antônio Máximo, mais conhecido como Toninho, faz parte de um grupo de jovens músicos chamado “Herdeiros da Tradição”, o único do município a ser premiado durante o festival. Ele nos conta que seu ofício de compositor nasceu inspirado pelo próprio Festival, mas, inicialmente, ainda estava muito ligado a outros ritmos como o rock´n roll. Hoje, após 12 anos de trabalho e 20 composições originais, o nome do grupo ganha mais sentido. “Atualmente tocamos o carimbó de raiz, de pau e corda. E não nos consideramos “artistas” não, isso é coisa pra quem tem apoio. Nós somos tocadores de carimbó”, afirma.

São muitos os temas das letras cantadas no barracão da Irmandade de São Benedito. O Mestre João Cabeção, da Vila do Pacujá, destaca duas personagens míticas como grandes motivadoras de canções: a Sereia e a Princesa. “É difícil você encontrar um grupo que não tenha uma música sobre elas”, nos explica ele após cantar um carimbó “de Sereia”. “Rapaz, a gente não vê, mas a gente inventa e faz o negócio. Acho que ninguém ainda não viu. Mas eu acredito que tenha, né? Porque os velhos, meu pai, contavam essas histórias de sereia”, relembra.

Segundo o Mestre, para fazer um carimbó, é preciso estar em silêncio, quieto. “Ah, isso custa um pouco, né? Não é numa hora que o cara faz pra criar uma música”. Deve ser assim, no sossego de um roçado ou à beira do forno de farinha, que a força da natureza vem soprar aos ouvidos dos poetas suas novas cantigas. Quer vir conhecer de perto as melodias e seus mistérios? É só ir à Santarém Novo nos dias 18, 19 e 20 de dezembro. Quem sabe as entidades dos rios e das matas também não lhe contam segredos?
Não esqueça. Para contribuir com o Festirimbó é só participar do financiamento coletivo no site Kikant (http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-0). A cidade lhe aguarda.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Crowdfunding, que bicho é esse?

Venha se juntar à festa e contribua com o financiamento do Festival!

“Carimbó” e “crowdfunding” (também conhecida como “vaquinha virtual”) são palavras de raízes muito distantes, mas que combinadas podem dar super certo. Se a gente for aperceber, as duas estão ali coladinhas, em conceito e objetivo. Colaboração. Movimento popular. Solidariedade. Onde já se viu falar em roda no barracão sem gente? Carimbó de um homem só? Batuque é feito na coletividade, o “frevo” do povo que constrói a festa. O XIII Fest-Rimbó chama você pra entrar roda e, além de dançar, bater palma, tambor, e cantar, também contribuir na Campanha de Financiamento Coletivo do festival. Espia como é fácil:

1º passo – Entre na nossa página no Kickante


Esse é o nosso endereço na internet para arrecadar uma grana e deixar o nosso festival mais bonito. O nosso “chapéu” virtual que a gente passa entre o público para construir o Fest-rimbó junto com a gente. O primeiro passo é só clicar aí no link.

2º passo – Escolha o quanto quer contribuir e faça sua doação

Depois é só decidir o valor que você quer doar pra gente. O Kickante aceita qualquer quantia acima de 10 reais e várias formas de pagamento. Pode ser com seu cartão de crédito, débito em conta corrente, PayPal e caso esteja com a grana apertada a contribuição pode ser parcelada em até 6 vezes (para valores acima de 50 reais).

3º passo – Divulgue a campanha por aí
Agora que já fez sua doação (e mesmo se não puder doar grana alguma), ajude a gente a movimentar o nosso projeto de financiamento coletivo compartilhando a campanha com seus amigos e conhecidos, no Facebook, Twitter, Whatsapp e na conversa cara a cara. Aqui, quem faz o sucesso da campanha é você!

4º passo – Mexe a cintura pra trás, pra frente um passinho só. Agora dê uma rodadinha e dance assim o carimbó! (Vem com a gente pro XIII Fest-Rimbó)
Pronto! Coloca a saia rodada na mala e vem pro XIII Festival de Carimbó de Santarém Novo nos dias 18, 19 e 20 de dezembro. Esperamos por vocês!

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Conheça o município de Santarém Novo e a Festa de São Benedito

A praça principal de Santarém Novo e suas cores à beira do Rio Maracanã

“Olha, me desculpem, mas Santarém Novo é o lugar número um do carimbó”. Dona Miruca, proprietária da “Pousada Martins”, uma das três da cidade, não sorri quando diz a frase. Seu tom de voz é agudo e direto. A seriedade vem de quem nasceu e cresceu ao som dos curimbós e “reques”, e sempre esteve envolvida com o batuque. Em Santarém Novo, carimbó é coisa muito séria. Além de movimentar economicamente a cidade no mês de dezembro, o ritmo está ligado a uma fé centenária: a devoção a São Benedito.

O "Festival de Carimbó de Santarém Novo" deste ano ocorrerá nos dias 18, 19 e 20 de dezembro. Após seu término, a programação continuará com a centenária Festividade de Carimbó de São Benedito, em homenagem ao Santo Preto, que inicia no dia 20 e vai até o dia 31 de dezembro. “Aqui, quase ninguém faz festa de fim de ano porque as pessoas não vão. Está todo mundo no barracão do carimbó”, explica Isaac Loureiro, ativista cultural, pesquisador e presidente da Irmandade do Carimbó de São Benedito.

Segundo ele, a festa tradicional obedece a vários rituais. Tudo se inicia com a Alvorada, que é o momento em que, a partir das cinco da manhã, os tocadores se dirigem à casa do festeiro ou festeira para acordá-lo e receber as ofertas que consistem em comidas: carne de porco, peixe e bebidas como a tradicional “gengibirra”. O festeiro é o membro da irmandade sorteado para homenagear São Benedito com a festa, que na maioria das vezes consiste também no pagamento de uma promessa. À noite, o batuque segue para o barracão e vai até às quatro da manhã.

Dona Teodorina Loureiro, cozinheira e vendedora de produtos variados, lembra bem quando seu neto Pedro nasceu prematuramente, com alguns problemas de saúde. “Minha filha se agarrou com São Benedito e disse que o menino era afilhado dele. Hoje meu neto está aí, forte, com dois anos, e toca todos os instrumentos do carimbó. Eu quero que tu vejas”, conta.

Pra conhecer mais da cultura do município e das histórias dos seus habitantes, pegue um ônibus ou uma van, ou mesmo aquela carona esperta, e venha ver de perto a programação do 13º Festirimbó. Traga muita animação e energia para aguentar o batuque, viu? O povo ali gosta de uma festa. E que São Benedito lhe abençoe.

Não esqueça de contribuir com o financiamento coletivo do Festival no site Kikant. ( http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-0)

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Festival de Carimbó de Santarém Novo chega à sua 13ª edição


O Grupo Os Quentes da Madrugada, de Santarém Novo, aguarda sua presença e colaboração

O ano de 2002 é um ano marcante. Não é preciso forçar tanto a mente para que lembranças venham à tona e nos transportem no tempo. No Oriente Médio, começava a invasão americana ao Afeganistão. No Japão, a Seleção Brasileira conquistava o quinto título da Copa do Mundo de Futebol!
Já em Santarém Novo, município do nordeste paraense localizado às margens do rio Maracanã, um novo ciclo histórico era iniciado, no qual os tambores dos mestres populares e a luta pela defesa da cultura do carimbó, finalmente, assumiriam as rédeas de sua própria trajetória. Nascia o Festival de Carimbó de Santarém Novo, conhecido como "Fest Rimbó", um território de festas e instrumento de reivindicação social.
O festival foi criado a partir de um fórum de entidades comunitárias do município, que discutiam estratégias para o desenvolvimento local. O carimbó foi um viés pelo qual podia se promover o desenvolvimento econômico e social e, ao mesmo tempo, cultural.
Em 2015, o festival chega à sua 13ª edição. Durante os dias 18, 19 e 20 de dezembro serão reafirmados seus compromissos com a promoção dos profissionais da cidade, sejam eles músicos, artesãos, compositores, costureiras e cozinheiras, e seguirá fomentando o debate político sobre ações de salvaguarda dos saberes da cultura popular. Foi durante o festival, no ano de 2005, que nasceu a Campanha do Carimbó, movimento cultural e político protagonizado por mestres, grupos e comunidades do Pará, responsável pela luta para registrar o carimbó como patrimônio cultural imaterial do Brasil, objetivo conquistado e celebrado no dia 11 de setembro de 2014. Naquele ano, a diversão se unia à discussão.
A edição deste ano traz novidades. Para que a programação do evento ocorra tranquilamente, a organização do evento, que é feita pela Irmandade de Carimbó de São Benedito, convoca a todos a não ser apenas visitantes e tornarem-se também parceiros. Como fazer isso? Ora, é só participar da vaquinha virtual no site Kikant (http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-0). Por meio do financiamento coletivo, você contribuirá para que o ciclo iniciado em 2002 ainda não vire apenas história. E, sim, siga escrevendo novos começos.