quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Fest-Rimbó 2015- Se Programe!

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

EM SANTARÉM NOVO
Dia 18/dezembro - Sexta
08:00 às  12:00- Oficinas com grupos convidados do Festival (Mostra Batuques do Brasil)
Oficina de Lindô e Reisada - com Mestre Zé da Viola e D. Lurdes (Rorainópolis/RR)
Local: Salão do CRAS (antigo Centro Solidariedade) – Inscrições gratuitas.

14:00 às 18:00- Oficinas com grupos convidados do Festival (Mostra Batuques do Brasil)
Oficina de Ritos e Brincadeiras Populares – Com Grupo Flor de Pequi (Pirenópolis/GO)
Local: Salão do CRAS (antigo Centro Solidariedade) – Inscrições gratuitas.

19:30- Momento de Acolhida do 13º FEST RIMBÓ com cantos e folia tradicionais
Local: Barracão do Carimbó de São Benedito

20:30- Roda de Boas Vindas e Abertura do Festival com folias, poesia e carimbó
Interações musicais e poéticas entre mestres e mestras do carimbó, reisada, lindô, côco, entre outros
21:30- Circuito Cine Carimbó – Mostra Audiovisual Itinerante da Campanha do Carimbó
Exibição de Curtas Paraenses: “O Grande Balé de Damiana” (de João Loureiro Jr) e “Sonâmbulos” (de Renata Loureiro), entre outros.
Exibição de curta sobre patrimônio imaterial produzido pelo Grupo Flor de Pequi (GO).
23:00- Encerramento do 1º dia

Dia 19/dezembro – Sábado
07:00- Alvorada do Festival na Casa do Mestre Bernardo e D. Ana
08:00- Recepção Carimbozeira aos grupos e convidados visitantes
Locais: Trapiche Municipal e Pça Justino Montalvão

09:00 às  13:00- Seminário Estadual da Campanha do Carimbó
Tema: “Carimbó Patrimônio Cultural - 10 anos de luta, 1 ano de conquista”
Atividade organizada pela Coordenação da Campanha do Carimbó
Local: Local: Salão do CRAS (antigo Centro Solidariedade)

14:00 às 17:00- Oficinas com grupos convidados do Festival (Mostra Batuques do Brasil)
Oficina de Coco de Roda - Com Mestre Severino (Natal/RN)
Local: Salão do CRAS (antigo Centro Solidariedade) – Inscrições gratuitas.

16:00 às 18:00 -I Mostra de Teatro de Quintal – Espetáculos e performances teatrais nos quintais de moradores de Santarém Novo (Acesso gratuito)
Grupos convidados: Causo e Cia, In Bust Teatro com Bonecos, entre outros.
17:00- Cortejo de Abertura do Festival celebrando 13 anos do Fest Rimbó e 10 anos da Campanha do Carimbó
Concentração na Praça da Matriz as margens do Rio Maracanã, saindo em direção ao espaço do festival no Barracão do Carimbó de São Benedito

18:00- Acolhida com o Grupo Os Quentes da Madrugada – Tradicional (Barracão de S. Benedito)
18:30- Cerimônia de Abertura e Entrega dos Certificados de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro para Mestres, Mestras e Lideranças Carimbozeiras de Santarém Novo e Região do Salgado.
Convidados: Mestras e Mestres de Carimbó, Representantes de Grupos, Iphan, Autoridades Municipais, Coordenação da Campanha do Carimbó.
19:30- Mini-Festival 2015 – Apresentação de Grupos Mirins de Carimbó
       Grupo Mirim da Irmandade de Carimbó de S. Benedito (Santarém Novo)
20:00- Mostra Batuques do Brasil – Ano II
            Reisada de Mestre Zé da Viola (Roraima)
            Coco de Roda Mestre Severino (Rio Grande do Norte)
20:30- Mostra Mestre Celé de Carimbó – Ano XIII
             Apresentação de grupos de carimbó de Santarém Novo e vários municípios
00:30- Festa de Carimbó no Barracão da Irmandade – com Grupos convidados

Dia 20/dezembro – Domingo
07:00- Café da Manhã Carimbozeiro no Barracão da Irmandade
09:00 às 12:00- X Encontro dos Mestres e Mestras do Carimbó -Tema: “Salvaguarda quem faz somos nós”
Convidados: Mestres e Mestras de Carimbó do Pará, Mestres e Mestras de Roraima, Rio Grande do Norte e Goiás.
Local: Barracão de São Benedito
15:00 às 17:00- Roda de Conversas e Batuques Brasileiros – Carimbó, Côco e Cacuriá com Mestre Severino, Mestre Zé da Viola, Flor de Pequi e Grupos de Carimbó
Local: Barracão de São Benedito
16:00- I Mostra de Teatro de Quintal – Espetáculos e performances teatrais nos quintais de moradores de Santarém Novo (Acesso gratuito)
Grupos convidados: Causo e Cia, In Bust Teatro com Bonecos, entre outros.
17:00- Celebração e Cortejo de Despedida do Festival saudando as 13 edições realizadas
Concentração no Mangueiral, Bairro da Liberdade, saindo em direção ao espaço do festival no Barracão do Carimbó de São Benedito
18:30- Apresentação do Cordão Tradicional “Os Pretinhos” (Santarém Novo)
19:15- Mostra Batuques do Brasil – Ano II
             Roda de Brincadeiras e Cantorias com Grupo Flor de Pequi (Goiás)
20:20- Carimbó de São Benedito com o grupo “Os Quentes da Madrugada – Juventude”
21:00-   Mostra Mestre Celé de Carimbó – Ano XIII
Apresentação de grupos de carimbó convidados

01:00- Encerramento do 13º FEST RIMBÓ

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Quem chama a roda de carimbó?- A história do Fest-Rimbó

Mestre Bento guarda os nomes dos personagens mais antigos do carimbó de Santarém Novo

Santarém Novo, fim dos anos 1990. Associações de moradores, sindicatos, centros comunitários e quantas mais organizações da cidade se reuniram em um fórum. A pauta: fazer um grande evento para promover a cultura local. E o que mais representativo do que o carimbó? Quem não é de lá pode não saber, mas o batuque corre na veia dos nativos. Consenso geral, dali saiu a faísca que gerou o “Festival de Carimbó de Santarém Novo”, também conhecido como Fest Rimbó, um dos principais encontros de carimbó do país.

 A ideia original era usar o fervor do carimbó para aquecer a economia do município, atrair turistas e vender bem durante os dias de festa, mas o Fest Rimbó foi muito além.  Virou ponto de encontro e reconhecimento entre mestres de todo o Pará e afora. Uma referência para praticantes e fãs dessa cultura centenária. Todo esse potencial podia se sentir já na primeira edição do evento em 2002.

2002: o início de tudo

“Era uma estrutura bem precária, um palco no meio da rua que parecia um palanque, mas o pessoal parou pra ver”, lembra Isaac Loureiro, um dos organizadores do festival. “Apesar de ter algumas pessoas da Prefeitura no fórum, não tivemos apoio do poder público. A gente fez assim mesmo, na marra”. A estreia do Fest Rimbó não teve ares de mega espetáculo, mas foi um sucesso de público.
Na base do “boca-a-boca”, grupos e artistas de carimbó de todo o Estado aportaram a Santarém Novo. O município está ali no coração, bem na fronteira entre o Salgado e a Região Bragantina. Não à toa foi sede de uma Intendência no século XIX porque ele é um polo de comunicação com toda a Região Nordeste do Pará. As mesmas qualidades que favoreceram a afluência de tantas pessoas do universo do carimbó. “Veio gente de longe, de Marapanim, Salinas, Maracanã e até músicos de Muaná, no Marajó”.  

Concurso de composições: o carimbo vive
Quatro palavras explicam tamanha procura: um concurso de composições. “A ideia de fazer o concurso veio da preocupação em valorizar o carimbó como uma cultura atual, viva em contraponto à visão que o carimbó é uma coisa do passado” conta Isaac. Na época, as rádios AM e FM, só tocavam esse tipo de música na programação da madrugada.  As bandas de baile guardavam os carimbós para o fim do repertório, focando sempre na trinca de “Verequete, Pinduca e Lucindo” e olhe lá.

“Mas será que não tem música nova? Carimbó sendo feito agora?”, era a pergunta que se faziam os organizadores do festival. A resposta eles já sabiam, novos grupos e compositores sempre existiram. O concurso serviu para espalhar a notícia.

Havia uma regra básica: para participar tem que ter música inédita e original. “Isso deu visibilidade para uma geração inteira de compositores que estavam ali invisíveis”, afirma Isaac Loureiro. “Compositores maravilhosos, alguns bem idosos já, que tivemos a honra de ter no palco, e alguns compositores novos, muito bons, que estavam surgindo. Isso foi um diferencial muito importante”.

Nessa primeira fase, o regulamento não fazia divisão entre carimbó tradicional, o “raiz’”, e aquele tocado com instrumentos modernos e elétricos, conhecido como “estilizado”, nem julgava temática. As próximas edições incorporariam esses critérios. O que importava (e ainda importa) era o ineditismo e a qualidade do som.

2003

Sucesso comprovado, o Fest Rimbó foi apoiado pela Prefeitura de Santarém Novo e Governo do Estado, em sua segunda edição. A festa saiu da rua e foi para um ginásio da cidade. Fechando a programação, por meio da Fundação Cultural do Estado, o maior popstar do carimbó: Pinduca. “De um ano pro outro já virou um evento do porte um pouco maior e as pessoas viam que movimentava bem, não só a população da cidade, mas dos municípios vizinhos que vinham e daí ele só foi evoluindo”, diz Isaac.

2004 : Quando o palco não é o bastante

Dois anos depois de surgir o Fest Rimbó, foi criado o Festival de Marapanim, município da Região do Salgado também com uma longa tradição no carimbó. Em Santarém Novo, começava uma reflexão. Muitos grupos foram criados em Santarém Novo e em outros lugares a partir do festival. O problema era que eles só se articulavam para participar do festival, o resto do ano era de inatividade. “O festival se tornou um ponto de agregação e aí nós vimos que o palco não resolvia, porque a gente via que fora do palco, junto com as brincadeiras e a alegria de estar junto, vinham os relatos das dificuldades dos problemas”, relata Isaac.  Era ali, nos bastidores, e não no palco que os mestres abriam como eles estavam se mantendo, como é que o grupo estava se mantendo. A partir do próximo ano, essa dinâmica começaria a mudar.

2005: Nasce a campanha “Carimbó Patrimônio Brasileiro”

“Tem uma parte do público que só quer saber do show, do que tem no palco. Pra nós não é só o palco, tem as rodas de conversa, debates, a interação entre os artistas de carimbó. O palco é só uma parte da história, do que rola. E foi essa a mudança fundamental na história do festival”, considera Isaac. Tudo que ficava no segundo plano foi trazido para frente para fazer parte da programação do evento. Além de ser uma vitrine, o Festival se consolidou como um espaço de formação, encontros e troca de experiências entre os participantes.

No mesmo ano, os mestres, grupos e comunidades de carimbo do Pará presentes no Festival lançaram a campanha “Carimbó Patrimônio Brasileiro” ou apenas “Campanha do Carimbó”, um movimento que reivindica o reconhecimento do carimbó como um patrimônio da cultura nacional e as condições para que seus guardiões perpetuem a essa tradição. Em dez anos, a campanha conseguiria a tão sonhada titulação, que abre a possibilidade de uma série de fomentos para o carimbó.

2015: o evento-movimento


Antes com caráter bem regional, o Festival de Carimbó de Santarém Novo está ganhando uma dimensão mais ampla. Não só o evento, mas o processo todo de articulação do carimbó, porque as pessoas vêm pra dialogar com o carimbó, não só para assistir, dançar, cantar ou tocar. “Não é essa relação, não é um festival nessa linha da produção tradicional formal, é um festival encontro, é um festival movimento, é um evento-movimento. É um evento que promove um movimento cultural de discussão, reflexão, articulação, trocas, gera alianças e consolida parcerias”, afirma Isaac Loureiro.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Os mestres do artesanato do curimbó


Já é noite alta, a festa está quente. No barracão da Irmandade de São Benedito, em Santarém Novo, os casais dançam sem parar, tradicionalmente vestidos com seus paletós e suas saias coloridas. Você, visitante, está empolgado e suado, rodando ao ritmo do carimbó. Mas pare um instante! Olhe para o conjunto que toca, repare bem. Você já notou os detalhes dos instrumentos dos quais os mestres tiram o som? O curimbó, por exemplo, o tambor grande também chamado de carimbó e que intitula o ritmo, é todo esculpido e pintado à mão. Já imaginou o trabalho que dá?
O Festival de Carimbó de Santarém Novo é um espaço que, além de abrigar folia e devoção, oferece também oportunidades de contato com os saberes dos mestres artesãos do carimbó. Como parte da programação do festival, o mestre Sabá, um dos mais importantes do município, ministrará uma oficina, no dia 12 de dezembro, no Sesc Boulevard, em Belém, sobre as técnicas que utiliza na confecção dos instrumentos. Segundo o próprio mestre, que já trabalhou com oficinas também na Fundação Curro Velho, o trabalho deve ser desenvolvido com insistência. “O segredo é ir fazendo, ir descobrindo as técnicas, ir pegando a prática. Eu não aprendi ‘de pai pra filho’. Ninguém me ensinou”, ele conta. A oficina também ser ofertada em Santarém Novo, voltada para aprendizes da comunidade, principalmente aos grupos mirins, na semana que antecede o festival.
Mestre Sabá, que também confecciona esculturas de caranguejos, araras e tatus, utilizando o formão sobre a madeira, lembra que iniciou no ofício a partir de um sonho. Após uma noite em que se via fabricando as peças, decidiu que se tornaria alguém capaz de materializar suas visões. “Fui para o mangue, cortei o tronco da siriúba, limpei ela, e fui fazendo. Eu já tava com uma boa idade. Depois isso, deu o meu sustento para pagar água, pagar luz, ajudar no sustento dos meus filhos”. 
Foi durante o Fest Rimbó que ele iniciou a prática de repassar seus conhecimentos aos mais jovens. Começou então a ter gosto de sempre manter sua oficina aberta às pessoas de olhar atento que, além de dançarem no barracão, se interessam pelos pormenores do artesanato. Para contribuir com o financiamento do Festival e ajudar para que oficinas como essa sejam ofertadas, basta que você acesse o site Kikant
(http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-0) e participe da vaquinha virtual. Mestre Sabá conta você.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Como nasce uma cidade

Conheça os caminhos dessa história

Há muitos caminhos para que uma cidade torne-se o que é. A você, viajante, que já está preparado para encarar os três dias de música e dança do 13º Festival de Carimbó de Santarém Novo, chegou a hora de entender um pouco dos trajetos da história de Santarém Novo. Antes que você pergunte, nós já lhe adiantamos. Não, ela não foi fundada em referência à Santarém localizada às margens do rio Tapajós. E nem é tão nova quanto indicam certos documentos.

O rio que alimenta a cidade de peixes como dourada e piramutaba é o Maracanã. Foi através dele que, no ano de 1653, período da chegada do padre Antônio Vieira ao então governo-geral do Maranhão e Grão-Pará, foi instalada uma missão religiosa (lê-se: ação de dominação europeia) no local onde encontrava-se a etnia dos Maracanã. Ali, também viria a ser fundado o município de mesmo nome.

O povoamento, segundo historiadores, expandiu-se rapidamente. No ano de 1700, já havia ganhado o status de freguesia, que podemos entender hoje como um grau semelhante ao de município, com certa importância política e econômica. Então, em 1758, paralelo à expulsão dos jesuítas no Brasil, liderada pelo Marquês de Pombal, é erigida a vila de Cintra, que incluía o que hoje se conhece como os municípios de Maracanã, Marapanim, Salinópolis, Santarém Novo e uma parte de Igarapé-açu.

A então vila de Santarém Novo, no dia 12 de agosto de 1890, é elevado à categoria de município, sendo sede de uma vasta intendência. No entanto, com o surgimento de uma nova dinâmica social, provocada pelo advento da estrada de ferro, em 1906 é extinto e seu território anexado à Maracanã. Foi somente no dia 29 de dezembro de 1961, através da Lei nº 2.460, quando Aurélio do Carmo era governador do Pará, que Santarém Novo foi, finalmente, reconduzido à categoria de município. Viu só? Considerando a data de 1890, já são 125 anos como município!

Como chegar

De Belém a Santarém Novo são apenas 180 km, saindo pela rodovia BR-316 até o trevo da Vila Nova (passando pelo município de Santa Maria do Pará) e seguindo pela rodovia de Salinópolis (PA-324) até o trevo da entrada do município, na Vila de Pau-Amarelo (PA-124).

Você já sabe, mas não custa nada lembrar. Para contribuir com o financiamento coletivo do 13º Fest Rimbó, basta participar da vaquinha online no site Kikant ( http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Quer escutar uma história?

Dona Lôla Loureiro mantêm viva a memória da Cultura Popular!

A voz pode estar cansada e as pernas exaustas para grandes caminhadas. O brilho nos olhos, no entanto, nos revela em poucos segundos que estamos diante de uma autêntica guardiã da memória coletiva de Santarém Novo. Dona Lôla Loureiro, 86 anos, é uma das mais antigas mestras da cultura popular do município. Suas lembranças e histórias saem de sua boca com a marca de quem, de fato, viveu de perto, durante muitos anos, as festas e folguedos do lugar. O 13º Festival de Carimbó de Santarém Novo, fruto direto dessa trajetória, pede licença respeitosamente a ela antes de começar.

“Desde criança que eu gostava de brincar. Quando era mocinha, saía no Pássaro Ararajuba, na vila de Santo Antônio”, recorda. Dona Lôla se refere ao cordão de pássaro, um tipo de teatro popular tipicamente amazônico, no qual personagens como a “Guardiã do Pássaro”, a “Fada” e o “Caçador” protagonizam os espetáculos. Sem esquecer dos “Matutos”, que arrancavam risadas dos espectadores. Mas os anos de brincantes, segundo ela, duraram apenas até se casar com seu Temístocles, mais conhecido como Seu Bitoca, que dá nome à Biblioteca Municipal da cidade. Em Santarém Novo, um dos pássaros encenados por dona Lôla e seu Bitoca, era a “Ave do Paraíso”.

O marido era ensaiador de brincadeiras como o Cordão de Pássaros e os Pretinhos, manifestação que consiste em cantos e danças de meninos vestidos de homem e mulher, e que estará na programação do festival. Dona Lourdes passou então a trabalhar com os figurinos dos atores. “Eu desenhava os modelos e entregava para as famílias costurarem para os seus filhos. Todos faziam a sua parte. Hoje as pessoas só querem se tiver algum apoio e as meninas têm vergonha”, constata. Mas nada de lamentações, né, Dona Lourdes? “Eu tinha era muita vontade de fazer ainda, só que não posso mais. Quem continua agora são os meus netos”.

O baú de histórias é imenso e a simpatia, também. Em um final de tarde, após tomar um tacacá na banca de Dona Irene, procure saber onde fica a casa de Dona Lôla. Peça a sua benção, sente-se ao lado de sua cadeira de balanço. Em poucos minutos, você descobrirá a razão de Santarém Novo ser uma cidade que merece ser visitada.


E não esqueça. Para contribuir com o Festival de Carimbó de Santarém Novo é só participar do financiamento coletivo no site Kikant ( http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-0). A cultura popular paraense agradece.