sexta-feira, 27 de novembro de 2015

O paladar do festeiro: as comidas tradicionais de Santarém Novo

Já provaste o doce de jambo? Vem pra Santarém Novo conhecer!
Após pegar algumas horas de viagem entre Belém e Santarém Novo, é natural que o viajante que vem para participar do 13º Festival de Carimbó de Santarém Novo sinta aquele vazio típico no centro do corpo. É, com isso não dá pra brincar: fome é fogo! Mas não se desespere. Há muito para conhecer, comidas e bebidas, na cidade onde o Carimbó não morreu. E, é claro, junto com as receitas, conheça um mundo rico de detalhes que tornam a cultura paraense um capítulo à parte na história do Brasil.
Nem é preciso andar muito. Logo ali, ao lado da grande escultura de caranguejo, em frente ao prédio da prefeitura, está armada a banca de uma das mais famosas tacacazeiras da cidade, a Dona Irene. “Meu filho, quando é dezembro, isso aqui fica cheio. Aí sim a venda arrebenta, mas eu não aumento o preço não. Continua sendo cinco reais”, nos conta. No cardápio, além do tradicional tacacá, com molho de pimenta fresca e “queimosa”, estão as deliciosas coxinhas de frango e as patolas de caranguejo. Mas não só isso.
Dona Irene nos revela uma novidade para os visitantes. “Tu nunca viste o tacacá de caranguejo? Ah, é muito bom. Agora eu não tenho, o caranguejo ainda tá muito magro”, explica. A receita é simples: a carne do animal é retirada junto com a gordura, refogada com temperos como cheiro verde, e servida em uma cuia. “É uma comida típica do caboclo”, acrescenta Isaac Loureiro, presidente da Irmandade de São Benedito e nosso anfitrião.
Durante o festival, as cozinheiras capricham na utilização de ingredientes amazônicos, como jambu, tucupi e caranguejo, além da dourada e da piramutaba. Para agradar também ao gosto dos viajantes vegetarianos, dona Ana Lopes, do restaurante “Encontro dos Amigos”, prepara quitutes como o empadão de legumes. “Eu vi que alguns não comiam carne, né? Então criei logo essa receita”, narra. É também dona Ana a criadora do doce de jambo, aquela fruta roseada, muito presente nos municípios do Pará. “O jambo fazia lama aqui. O que faço é botar o açúcar no fogo, fazer aquela calda parecida com a do pudim e botar os pedaços da fruta”, nos explica, enquanto as bocas se enchem d'água.
Há também a famosa “gengibirra”, bebida de alto teor alcoólico que “abastece” de energia os festeiros durante os três dias de festival. Segundo dona Teodorina Loureiro, não tem mistério. Basta cortar os pedaços de gengibre, misturar com cachaça (“muita cachaça!”), pôr açúcar e bater no liquidificador. Depois, é deixar “descansando” e bater de novo e de novo  - quantas vezes achar necessário.

Deu vontade de experimentar. A gente sabe. Então é só arrumar as malas e planejar a viagem. A cidade estará de portas e panelas abertas. Ah, e não esquece de participar do financiamento coletivo no site Kikant ( http://www.kickante.com.br/campanhas/festival-de-carimbo-de-santarem-novo-fest-rimbo-0). A gente se encontra na estátua do caranguejo!

Nenhum comentário: