quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Encontro de Mestres e Mestras Populares promove reflexões e diálogos em Santarém Novo


A Cultura Popular assumiu o centro do debate


O Festival de Carimbó de Santarém Novo (Fest-Rimbó) é uma referência em todo o Estado do Pará por reunir grupos de carimbó de diversos municípios, como Marapanim, Santa Bárbara, Salinas, São Miguel do Guamá, Salvaterra, Parauapebas, Maracanã e Belém.  O que é preciso ressaltar a cada ano, no entanto, é o caráter político do festival. Na última edição, foi mais uma vez realizado dentro do evento o Encontro de Mestres e Mestras do Carimbó, espaço onde ocorreram trocas de experiências e debates sobre as políticas culturais que são necessárias para as culturas populares.

Mestre Manoel Agnaldo, de Marapanim, representante atual do carimbó no Colegiado Setorial de Cultura Popular do Ministério da Cultura (Minc), considerou que a grande importância do Fest-Rimbó atualmente é promover momentos de reconhecimento da cultura popular como um elemento fundamental de sobrevivência da população amazônica. “É preciso que a gente entenda que a maior explosão cultural do nosso estado deve ser tratada com amor. E que a nossa união é o mais importante”, ressaltou.

Segundo Mestre Manoel, após o reconhecimento do carimbó como patrimônio brasileiro, surgiu uma nova ferramenta de reivindicação importante para os mestres: a documentação oficial gerada pelo Iphan, como o dossiê e o certificado de Patrimônio Imaterial entregue aos mestres e grupos. Que, no seu entendimento, são chaves importantes para abrir novas portas para a cultura popular por meio de pressão pelo desenvolvimento de políticas públicas. Para outras lideranças, como o músico e artesão Edson, do Grupo Zimba Retumbá, de Parauapebas, os grupos devem ter como prioridade os jovens e crianças de seus municípios, para que o conhecimento presente no carimbó possa circular e se retroalimentar das novas gerações.


Estiveram presentes também convidados de outros estados e regiões do país como o Grupo Flor de Pequi, da cidade de Pirenópolis, Goiás, que trabalha com brincadeiras e cantigas de roda, e o Mestre Zé da Viola e sua Reisada, acompanhado de Dona Lourdes, Catarina Ribeiro e o fotógrafo Marcos Nogueira, que vieram de Roraima. Além de ministrar oficinas e se apresentarem na programação do festival, os convidados compartilharam suas impressões sobre o evento e sua importância para o universo da cultura popular amazônica e brasileira. “A gente não entende a vida sem as nossas brincadeiras populares”, defendeu Catarina Ribeiro. 

Nenhum comentário: